quarta-feira, 11 de maio de 2011

Produção de alimentos é interesse social?

Meu pai era pedreiro, minha mãe era enfermeira, meus avós trabalhadores rurais, um tio é bancário, outro é pedreiro, a maioria são operários; tenho primo operário, estudante, um é eng. florestal, uma é professora, só um é pescador. Eu, estagiário, estudande de eng. civil.
Na família não temos empresários, mas que conste que na sociedade tem empresários na área metalurgica, rural, de tecnologia, etc. Tem banqueiro, tem funcionário público, tem militar, tem políticos. Na sociedade tem os profissionais liberais nas mais distintas áreas. Quase nenhum desses citatos se especializou em produzir alimentos, mas todos precisam de alimentos.
Na sociedade complexa, da divisão social do trabalho, posso afirmar que o proprietário rural depende de cada um dos profissionais do país, de forma direta ou indireta, para se manter e suprir suas distintas necessidades.
Assim sendo, é interesse social que o proprietário rural produza alimentos com qualidade, com eficácia e dentro da Lei, assim como é interesse social que todos os outros profissionais do país executem suas atividades com qualidade, eficácia e dentro da Lei, para atender, entre outros, os proprietários rurais.
A Produção de Alimentos é Interesse Social, tanto quanto toda a Produção de Bens e Serviços.
Não é justo que toda a sociedade, todos os demais profissionais, sofram por um ambiente radicalmente degradado  enquanto alguns agricultores se livram dos crimes cometidos e ampliem seus lucros por produzirem em locais que DEVEM ser preservados ecologicamente.
Proprietários Rurais em defesa da Refoma, essa chorumela de que vcs são o status quo é uma distorção. A sociedade depende do serviço de vocês assim como vcs dependem dos serviços que a sociedade oferece.
Chega de choro, e continuem fazendo o que devem, que é produzir, e dentro da Lei.
Essa reforma proposta é um absurdo. Não tem buscado resolver os verdadeiros problemas dos agricultores, mas sim favorecer criminosos.

Só pra lembrar: a maior parte das terras agricultáveis que estão de acordo com o Código Florestal vigente, desperdiçam muitas potencialidades. Sem aumentar a área de cultivo, e sendo quitado o passivo ambiental, o Brasil pode mais que dobrar sua produção atual. Isso continuando a investir em tecnologias e técnicas de cultivo.

Enviei esse texto pois vi que tem muita gente que fica com dó quando alguém começa a chorar e nem sempre percebem que o choro é teatral ou puramente emocional (sem fundamento no que gera a emoção). Estou dizendo dos que estão financiando esses absurdos de propostas dentro da Reforma do Código Florestal, que colocam os problemas dos agricultores (e principalmente dos pequenos agricultores) como fachada, mas que na verdade querem beneficiar os grandes criminosos ambientais.

A dificuldade do agricultor honesto deve sim ser estudada e sanada para que ele produza e ao mesmo tempo atenda as necessidades ecossistemicas de sua região. E NÃO deve ser usada como impulso para interesses de criminosos como está sendo usada nesta proposta de alteração do Código Florestal.

As fábricas de lencinhos devem estar lucrando bem com toda essa encenação x)

Nenhum comentário:

Postar um comentário